segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Qual o primeiro tablet criado?
Os primeiros dispositivos deste tipo que chegaram ao mercado foram chamados Tablet PCs. Estes dispositivos eram operado com o toque de uma caneta especial e utilizavam os mesmos Sistemas Operacionais presentes nos PCs convencionais, às vezes levemente adaptados para o uso com telas sensíveis ao toque.
Após o enorme sucesso do iPad, outras fabricantes passaram a desenvolver tablets com recursos semelhantes utilizando principalmente o sistema operacional Android da Google, embora na época o sistema ainda não oferecesse renderização otimizada para Tablets, já que havia sido desenvolvido para funcionar apenas em Smartphones. O Samsung (Galaxy Tab)foi um dos primeiros competidores a apresentar recursos semelhantes utilizando o sistema Android ainda não otimizado para Tablets. Uma nova versão do sistema operacional da Google foi lançada em 2011 para suprir a necessidade de otimização para Tablets; apelidada de Honeycomb, a versão 3.0 do Android foi feita especialmente para tablets, e com ela surgiu uma nova leva de produtos competidores, agora com maior capacidade de enfrentar o iPad.A popularização deste tipo de computador começou a se dar com o lançamento do iPad pelaApple Inc. - que já havia sido responsável pela difusão dos MP3 Players e Smartphones com oiPod e o iPhone - em janeiro de 2010, que inspirado no sucesso dos Smartphones, utilizava uma tela sensível ao toque dos dedos, dispensando canetas especiais, e um Sistema Operacional diferente do utilizado nos computadores comuns operados por mouse e teclado.
Em 2011 a Microsoft anunciou o desenvolvimento de uma nova versão do seu sistema operacional; o chamado Windows 8 teve entre seus principais alvos os tablets.
Em 2012, a Companhia Brasileira de Tecnologia Digital lança o primeiro tablet voltado para crianças do mercado brasileiro, o Tablet OZ Meu Primeiro Gradiente, com conteúdos exclusivos e controles de conteúdo. O produto marca a volta da marca Gradiente ao mercado brasileiro.
A história do Mouse
1952: nasce a primeira trackball
Primeira trackball, criada pela Marinha Canadense em 1952 (Fonte da imagem: Wikipedia)
Cerca de dez anos antes de o primeiro mouse ser criado, o Comando Marítimo das Forças Canadenses contatou diversas empresas que pudessem estar interessadas em participar de projetos que envolviam as forças armadas, universidades e companhias privadas.
Um desses projetos pretendia criar uma máquina que fosse capaz de compartilhar dados de radares e sonares em tempo real, para que todos os combatentes pudessem ter uma visão unificada do campo de batalha. Esse projeto ficou conhecido como DATAR.
Mas a parte que nos interessa aqui é que o DATAR trazia um dispositivo curioso para a época. Os operadores enviam os dados de radares por meio de uma trackball, uma espécie de “mouse” em que, para movimentar o cursor, bastava girar uma bola presente no aparelho.
Claro que essa primeira trackball não tinha a elegância e a leveza dos modelos de hoje. Para ter uma ideia, na época a Marinha Canadense usava uma bola de boliche para a produção desse dispositivo. E, como era um projeto militar e, portanto, secreto, a trackball nunca teve a sua patente registrada.
1963: o primeiro protótipo de mouse
Primeiro protótipo de mouse, criado por Douglas Engelbart (Fonte da imagem: Stanford University)
De maneira independente, o pesquisador Douglas Engelbart, do Instituto de Pesquisa Stanford, estava trabalhando em um projeto muito avançado para a época em que vivia. No início década de 60, a maioria dos computadores ainda era operada com cartões perfurados e outros métodos que não permitiam a interação do usuário com a máquina. Mesmo as interfaces de modo texto eram raras.
Mesmo assim, Engelbart trabalhava em uma máquina que tinha o objetivo de aumentar o intelecto humano, e não substituí-lo com uma máquina. Muitas das tecnologias que usamos hoje foram propostas por esse projeto, como a interface gráfica dos computadores e os video chats.
Entre os dispositivos de entrada apresentados por Engelbart em 1968, durante a primeira demonstração pública de seu projeto, havia uma caixinha de madeira com um botão vermelho na parte superior e um cabo que saia de uma das extremidades, lembrando, de alguma forma, o rabo de um rato. Era o primeiro mouse da história.
1970: primeiro mouse comercializado
Primeiro modelo de mouse a ser comercializado (Fonte da imagem: Heise Online)
O “Indicador de Posição X-Y para Sistemas com Tela”, nome do mouse especificado em sua patente, funcionava com duas “engrenagens” que registravam as posições horizontais e verticais do cursor.
Algumas semanas depois da apresentação de Engelbart, a empresa alemã Telefunken lançou um modelo de mouse que possuía uma pequena esfera dentro, responsável pelo registro dessas coordenadas. Embora o dispositivo fizesse parte dos componentes dos computadores da Telefunken, esse é considerado como o primeiro mouse a ter sido comercializado no mundo.
1973 - 1981: os mouses da Xerox
Xerox Alto, computador de 1973 com mouse incluso (Fonte da imagem: Wikipedia)
Os próximos mouses a ganharem o mercado foram comercializados com os computadores pessoais da Xerox, como o Alto, de 1973, o primeiro PC a usar o conceito de desktop e a ter uma interface gráfica voltada para o uso do “rato”.
Outra máquina famosa por trazer um mouse como parte do sistema foi a Xerox Star, conhecida oficialmente como Xerox 8010 Information System. Esse também foi um dos primeiros computadores a incorporar diversas outras tecnologias tão comuns nos PCs de hoje, como redes Ethernet, servidores de arquivo e de impressão.
1983: primeiro mouse da Apple
Mouse do Apple Lisa (Fonte da imagem: Tech Digest)
Nesse ano, a Apple lançou o famoso computador Lisa, que continha um mouse inspirado no mesmo que acompanhava o Xerox Alto. Uma característica marcante desse modelo é que, em vez de usar uma bolinha de borracha, o mouse do Lisa usava uma esfera de metal. Esse foi o modelo que estabeleceu o padrão de um único botão para outros mouses da empresa, durante cerca de 20 anos.
1999: a estreia do mouse ótico
Um dos modelos de mouse ótico da Microsoft (Fonte da imagem: Wikipedia)
Apesar de as pesquisas para os primeiros modelos de mouse óticos terem começado em 1980, foi só em 1999 que o primeiro modelo comercial desse tipo de dispositivo foi lançado. O IntelliMouse com IntelliEye, da Microsoft, funcionava sobre quase qualquer tipo de superfície e apresentou melhoras muito significativas quando comparado com o mouse mecânico.
A principal diferença era o fato de que a “bolinha” do mouse mecânico foi substituída por um LED infravermelho, apresentando a vantagem de esse modelo não acumulava sujeira, evitando assim que o usuário precisasse abrir o dispositivo e limpá-lo. A série IntelliMouse também foi a primeira a incorporar a scroll wheel.
Mais tarde, esses modelos acabaram evoluindo e o LED foi substituído por um laser díodo, ganhando as prateleiras em 2004 com o MX 1000, produto da Logitech.
Outros modelos de mouse
A evolução dos mouses não para por aí e, recentemente, os “ratos” ganharam “asa”. Graças aos giroscópios, agora os mouses não precisam nem mesmo ser operados sobre uma superfície física e plana. Esse modelo requer apenas alguns movimentos leves do pulso do usuário para que o cursor seja movido, reduzindo assim o cansaço físico causado por arrastar o mouse durante o dia todo.
Outra inovação são os chamados mouses 3D, indicados especialmente para a manipulação e navegação de imagens em três dimensões, mas não limitados a isso. Você pode conferir, no vídeo acima, o uso de um dispositivo desses com o Internet Explorer e Word.
Novos modelos também estão acrescentando sensações táteis ao mouse, fazendo, por exemplo, com que o dispositivo vibre ao posicionar o cursor sobre algum elemento gráfico. Também não podemos nos esquecer de que acessórios como o Kinect, do Xbox 360, pode acabar guiando o desenvolvimento para um futuro em que, talvez, nem precisaremos segurar algum controle para operar a interface do software.
ENIAC: O primeiro computador da história
Electronic Numerical Integrator and Computer,ou seja, computador integrador numérico electrônico foi o primeiro computador digital eletrônico de grande escala. Muitos falam que o primeiro foi o Mark I, mas este era apenas eletromecânico. Foi criado em fevereiro de1946 pelos cientistas norte-americanos John Eckert e John Mauchly, da Electronic Control Company.
O ENIAC começou a ser desenvolvido em 1943 durante a II Guerra Mundial para computar trajetórias táticas que exigissem conhecimento substancial em matemática, mas só se tornou operacional após o final da guerra.
Sua capacidade de processamento era de 5.000 operações por segundo;
Criado na segunda guerra, tinha como principal finalidade cálculos balísticos;
Possuía 17.468 válvulas termiônicas, de 160 kW de potência;
Esta máquina não tinha sistema operacional e seu funcionamento era parecido com uma calculadora simples de hoje. O ENIAC, assim como uma calculadora, tinha de ser operado manualmente.
A calculadora efetua os cálculos a partir das teclas pressionadas, fazendo interação direta com o hardware, como no ENIAC, no qual era preciso conectar fios, relês e sequências de chaves para que se determinasse a tarefa a ser executada. A cada tarefa diferente o processo deveria ser refeito. A resposta era dada por uma sequência de lâmpadas.
Produção
Era tão grande que tinha de ser disposto em U com três painéis sobre rodas, para que os operadores pudessem se mover em torno dele. Foram gastos cerca de $500.000,00 (quinhentos mil) em sua construção.1 Quando em operação, outros complexos cálculos de balística passaram a realizar–se em alucinantes 30 segundos, quando com as calculadoras manuais que até aí se usavam demorava 12 horas se obter o mesmo resultado. O centro de processamento tinha uma estrutura muito similar a dos processadores mais básicos que atualmente utilizamos nas nossas calculadoras de bolso. Tinha 20 registos de dez dígitos cada, onde se podiam efetuar somas, subtrações, multiplicações, divisões e raízes quadradas.
As programadoras do ENIAC
O ENIAC era programado através de milhares de interruptores, podendo cada um dele assumir o valor 1 ou 0 consoante o interruptor estava ligado ou desligado. Para o programar era necessário uma grande quantidade de pessoas que percorriam as longas filas de interruptores dando ao ENIAC as instruções necessárias para computar, ou seja, calcular. Existia uma equipe de 80 mulheres na Universidade da Pensilvânia cuja função era calcular manualmente as equações diferenciais necessárias para os cálculos de balística. O exército chamava a função destas pessoas: computadores.
Quando o ENIAC ficou pronto, 6 mulheres foram escolhidas para testarem a nova máquina.
Versão modernizada do ENIAC
Curiosamente, o termo deixou de estar associado as pessoas que operavam a máquina para dar nome a máquina propriamente dita, uma vez que de facto a máquina passou a realizar as contas que antes eram realizadas por essas pessoas.
O ENIAC torna-se obsoleto e economicamente inviável de manter após 10 anos de operação, tendo sido desmontado. Hoje encontram-se peças do ENIAC por muitos museus do mundo, incluindo o Smithsonian em Washington D.C. e no local preciso onde foi construído, na Moore School for Electrical Engineering da Universidade da Pensilvânia.
Desenvolvimento posterior
O ENIAC serviu de inspiração para muitos outros computadores que se seguiram, como o EDVAC (Electronic Discrete Variable Computer); o ORDVAC (Ordnance Variable Automatic Computer); SEAC (Standards Automatic Computer) e o UNIVAC, este último também construído por Eckert e Mauchly para o processamento dos dados dos censos da população americana.
Em 1955, um computador já só pesava 3 toneladas e consumia 50kW de potência, tendo um custo de U$200.000. Uma máquina destas podia realizar 50 multiplicações por segundo. Assim, os primeiros computadores eram também eles máquinas que só estavam ao alcance de grandes empresas ou instituições que tinham necessidades de cálculo muito exigentes e que possuíam as condições económicas para tão grande investimento.
Com o rápido desenvolvimento dos transístores entre 1952 e 1960, os tubos de vácuo tornaram-se obsoletos e foi este avanço tecnológico que permitiu a criação de máquinas muito mais rápidas, menores e mais baratas.
Com o tempo, os transístores passaram a ser a base da electrónica, seguindo-se a VLSI (Very Large Scale Integration), ou seja, a construção de circuitos cada vez menores por forma a que pudessem ser mais leves e despender menos energia, por terem menos superfície para a dissipação de energia por calor. Esta miniaturização permitiu que se tivesse a mesma capacidade de cálculo de um ENIAC na palma de uma mão. A diminuição do tamanho fez também diminuir a quantidade de energia necessária e o custo caiu com a produção em série dos novos processadores.
Em 1977 uma calculadora manual pesava menos de meio quilo, consumia meio watt e podia realizar 250 multiplicações por segundo, custando $300. Hoje uma calculadora pesa poucos gramas podendo ser incorporada em réguas ou agendas, funciona até a energia solar e custa de R$5,00 a R$10,00(isso calculadoras simples com operações básicas e geralmente raiz quadrada e outras poucas funçoes)
Um Pentium a 150Mhz é capaz de realizar 150 milhões de somas por segundo, enquanto o ENIAC apenas conseguia realizar 5.000. A memória do ENIAC apenas permitia guardar 198 bits, enquanto hoje qualquer computador tem pelo menos 200 Mbytes.
Microsoft Corporation: Quem são seus fundadores?
Microsoft Corporation é uma empresa multinacional de tecnologia e informática dos Estados Unidos, que desenvolve e vende licenças de softwares, fabrica eletrônicos de consumo como videogames e dá suporte a vários produtos e serviços relacionados, predominantemente, com a computação. A empresa foi fundada em 4 de abril de 1975 por Bill Gates e Paul Allen na cidade deAlbuquerque, Condado de Bernalillo no estado do Novo México, e tem como sua sede a One Microsoft Way na cidade Redmond, Condado de King no estado deWashington, Estados Unidos.
Inicialmente a empresa era denominada Micro-soft, derivada das palavras microcomputer e software, porém o hífen acabou sendo removido.
O Apple I foi o primeiro produto da Apple, exibido em abril de 1976 no Homebrew Computer Club em Palo Alto, Califórnia. Foi posto à venda em julho de 1976 ao preço de US$ 666,66, alegadamente porque Wozniak gostava de repetir números e também porque era vendido a uma loja da localidade por US$ 500, acrescentando-se 1/3 como markup. Cerca de 200 unidades foram produzidas. Diferentemente de outros computadores feitos por hobbyistas nessa época, os quais eram vendidos sob forma de kits, o Apple I era uma placa de circuito impresso totalmente montada, contendo cerca de 30 chips. Todavia, para se chegar a um computador que funcionasse, os usuários tinham de acrescentar um gabinete, fonte de energia, teclado e monitor. Uma placa de expansão opcional, contendo uma interface para cassetes, utilizados no armazenamento dos dados e programas, foi lançada posteriormente ao custo de US$ 75.
Produção comercial
O Apple I foi o primeiro produto da Apple, exibido em abril de 1976 no Homebrew Computer Club em Palo Alto, Califórnia. Foi posto à venda em julho de 1976 ao preço de US$ 666,66, alegadamente porque Wozniak gostava de repetir números e também porque era vendido a uma loja da localidade por US$ 500, acrescentando-se 1/3 como markup. Cerca de 200 unidades foram produzidas. Diferentemente de outros computadores feitos por hobbyistas nessa época, os quais eram vendidos sob forma de kits, o Apple I era uma placa de circuito impresso totalmente montada, contendo cerca de 30 chips. Todavia, para se chegar a um computador que funcionasse, os usuários tinham de acrescentar um gabinete, fonte de energia, teclado e monitor. Uma placa de expansão opcional, contendo uma interface para cassetes, utilizados no armazenamento dos dados e programas, foi lançada posteriormente ao custo de US$ 75.
Pioneirismo
O Apple I é por vezes creditado como o primeiro computador pessoal a ser vendido totalmente montado; todavia, outros argumentam que a honra pertence a outras máquinas, tais como o MOS Technology KIM-1, o Datapoint 2200 ou, mais geralmente, ao Altair 8800 (o qual podia ser adquirido sob forma de kit ou, por um valor extra, montado).
A eletrônica do terminal Apple I era peculiar. Tudo o que se precisava acrescentar era um teclado e um monitor barato. Máquinas concorrentes, como o Altair 8800 geralmente eram programados com chaves frontais e usavam luzes indicadoras (LEDs vermelhos, quase sempre) para exibir o resultado de suas operações e necessitavam de hardware adicional para poder ser conectados a um terminal ou a um teletipo. Isto fez do Apple I uma máquina inovadora para sua época.
O Apple I foi descontinuado em março de 1977, quando foi substituído pelo Apple II que acrescentou capacidades gráficas e de som.
Vendas
Em 2005 estimava-se que ainda existiam cerca de 30 ou 50 Apple I, o que o torna um item de colecionador. Conta-se que um Apple I teria sido vendido por US$ 50.000 num leilão em 1999; todavia, um preço mais típico gira em torno de US$ 14.000–US$ 16.000. Um clone compatível a nível de software com o Apple I (o Replica 1), produzido com peças modernas, foi lançado em 2003 por cerca de US$ 200. Em 2012 realizou-se um leilão em que um Apple I original, com manual de montagem assinado por Steve Wozniak, chegou à incrível soma de US$ 640.000! Veja o site do leilão.
Primeiro presidente do Brasil
Marechal Deodoro da Fonseca exerceu a presidência entre 15 de novembro de 1889 e 26 de fevereiro de 1891 na qualidade de chefe do Governo Provisório. Em 25 de fevereiro de 1891 foi eleito, pelo Congresso Constituinte, o primeiro presidente do Brasil, sendo formalmente empossado no dia seguinte.
Em 3 de novembro de 1891, sentindo-se ameaçado, Marechal Deodoro destituiu o poder legislativo. Vinte dias mais tarde, foi forçado a renunciar durante a Revolta da Armada, sendo substituído por seu vice-presidente, Floriano Peixoto.
Em 3 de novembro de 1891, sentindo-se ameaçado, Marechal Deodoro destituiu o poder legislativo. Vinte dias mais tarde, foi forçado a renunciar durante a Revolta da Armada, sendo substituído por seu vice-presidente, Floriano Peixoto.
A história da Nike
“If you have a body, you are an athlete” Pode parecer um exagero, mas não é. É verdade. Mesmo você, que não faz exercício físico, sabe disso. Já se você faz qualquer atividade física, sabe melhor do que ninguém que a afirmação é rigorosamente verdadeira. Seja como for, mais que uma simples frase, ela é a síntese da missão da NIKE que há mais de 30 anos produzia tênis e hoje fabrica desejos.
Quem os compra, leva de brinde todo um ideal de vitória. Mesmo que não ganhe uma medalha sequer, em qualquer competição esportiva. Tênis e uma centena de outros produtos são apenas um endosso. Seu logotipo, que não carrega mais o nome da empresa há anos, dispensa explicações. Talvez seja a mais contundente e representativa síntese gráfica de uma marca. Nenhuma outra marca ligada aos esportes voou tão alto, nas asas de sua originalidade e relação com seus consumidores. O slogan “Just do it” passa idéia de simplicidade. Mas não é tão fácil assim inovar e se manter no topo por tanto tempo. No entanto, é o que a NIKE faz. E há décadas. NIKE é um mito que patrocina mitos.
A história
A idéia de criar a NIKE surgiu de um projeto de MBA de Phil Knight, um ex-atleta de corridas de média distância da universidade de Oregon, enquanto este freqüentava o curso de gestão administrativa da universidade de Standford. Ele acreditava que, ao importar tênis que eram fabricados no Japão, utilizando mão-de-obra barata, poderia conquistar uma parcela de mercado da marca alemã Adidas. Começou então pelos tênis de atletismo.
Em 1962 foi ao Japão negociar com a marca Tiger a importação e representação de tênis para atletismo, com o objetivo de introduzi-los no mercado americano, que até aquele momento era dominado por marcas alemãs. No ano seguinte a primeira remessa de 200 pares do modelo Cortez chegava a cidade de Portland, no Oregon, costa oeste dos Estados Unidos, em nome da empresa Blue Ribbon Sports, que Phil Knight e Bill Bowerman, seu treinador de atletismo na universidade de Oregon, haviam criado. Bill prontamente modificou o modelo, incorporando ao tênis a primeira entressola completamente acolchoada, inovação radical para a época.
O tênis caiu no gosto do público, e o Cortez tornou-se o modelo da Tiger mais vendido em 1968. Ambos sentiram a necessidade de um tênis que pudesse contribuir para a melhoria da performance do atleta. Bowerman decidiu então testar um solado de forma inusitada, mas que acabou dando certo: despejou borracha na chapa de waffles da esposa para criar um solado melhor. Surgia então um tênis com uma sola leve e ondulada, considerada revolucionária para a época.
Começaram então a produzirem seus próprios tênis. Esta parceria não poderia ser melhor, além de grandes amigos, ambos entendiam do negócio que estavam começando. Enquanto Phil vendia os tênis no porta-malas de seu carro nas competições de atletismo, Bill cuidava do desenvolvimento e design de novos modelos. A partir daqui a tecnologia ligada ao esporte nunca mais seria a mesma. Mas os novos tênis precisavam de uma marca.
E isto aconteceu no ano de 1971, quando a jovem estudante de design gráfico, Carolyn Davidson, criou por míseros US$ 35 o famoso símbolo da marca, chamado Swoosh. O nome Nike surgiu logo depois e foi por sugestão de Jeff Johnson, ex-rival de Phil nas pistas de atletismo e primeiro funcionário da Blue Ribbon Sports, que havia sonhado com a Deusa grega da vitória, “NIKÉ” (pronuncia-se niqué). Diziam os gregos que a Deusa podia voar e correr em grandes velocidades. E nada mais apropriado para a nova marca que surgia.
A primeira aparição oficial da marca em eventos esportivos foi em 1972, nas classificatórias olímpicas realizadas no Oregon. Os atletas da maratona que usaram tênis NIKE classificaram-se entre o 4º e o 7º lugar, enquanto os atletas da Adidas conquistaram os primeiros três lugares. Foi neste mesmo ano que o Canadá se tornou o primeiro país estrangeiro a receber os produtos da marca. Neste período Bowerman melhorou o material das solas, utilizando borracha mais flexível, mais elástica e menos compacta. Em 1976, nas eliminatórias olímpicas americanas, os tênis NIKE eram vistos em abundância nos pés de jovens promessas do atletismo.
Sua verdadeira expansão internacional começou em 1978 com a entrada no mercado sul-americano e distribuição dos produtos no continente europeu. Pouco depois, em 1982, ingressou no mercado europeu de futebol ao firmar contrato de patrocínio com o time francês do Paris Saint-Germain. Nesta época a empresa já possuía uma linha de tênis com mais de 200 modelos.
Depois de passar por um período difícil entre 1993 e 1994 devido a um plano de expansão, o que levou a uma queda nas vendas, re-posicionou-se: “decidimos que éramos uma empresa de artigos esportivos e não apenas uma empresa de calçados”, afirmou Phil Knight. A nova visão traduziu-se em contratos de publicidade e patrocínios que tinham como objetivo alcançar uma audiência esportiva mais ampla, patrocinando assim atletas individuais, como o jogador de golfe Tiger Woods.
Em 2003, comprou a fabricante do tênis All Star, a Converse, por US$ 305 milhões. A compra da marca All Star iria ajudar a ocupar um espaço que a marca ainda não conseguiu se fixar: tênis de preço mais acessível. Em 2007 surpreendeu o mundo ao adquirir por US$ 582 milhões a tradicional britânica UMBRO, marca com uma sólida herança e com uma profunda experiência no esporte mais popular do mundo e no maior mercado de futebol do mundo, acirrando ainda mais a guerra com a rival Adidas.
A linha do tempo
1972
● Introdução de sua primeira linha de calçados, entre eles o conhecido “Moon Shoe”, com seu solado baseado em “waffles”, distribuídos largamente em competições eliminatórios de atletismo.
● NIKE BLAZER MID, tênis inspirado em um modelo utilizado pelo jogador de basquete George “Iceman” Gervin do San Antonio Spurs durante a década de 70.
1975
● NIKE ELITE, tênis de corrida que rapidamente se tornou um dos mais estrondosos sucessos da marca.
1978
● NIKE WALLY WAFFLE, BURT BRUIN e ROBBIE ROAD RACER, primeira linha da marca voltada para o público infantil.
1979
● NIKE TAILWIND, primeiro tênis com bolsas de ar no solado.
● NIKE AAPPAREL, a linha de acessórios, vestuário e equipamentos da marca.
1982
● NIKE AIR FORCE I, primeiro tênis de basquete a utilizar a tecnologia Air e NIKE AIR ACE, voltado para a prática do tênis.
1985
● AIR JORDAN, uma linha de produtos com a assinatura do jogador de basquete Michael Jordan.
● A empresa passa a produzir acessórios para o basquete e tênis.
1987
● NIKE AIR e AIR CROSS TRAINING, este último voltado para a prática da ginástica aeróbica.
1988
● NIKE Air Stab, um tênis que utilizava a nova tecnologia de estabilização chamada Footbridge.
1990
● Inauguração de sua primeira mega loja temática, conhecida como Niketown, no centro da cidade de Portland.
● NIKE AIR MAX, uma evolução do tradicional tênis NIKE Air.
1991
● Linha de acessórios FIT, uma malha têxtil de alta tecnologia.
● NIKE AIR HUARACHE, tênis que utilizava a tecnologia Huarache Fit.
● NIKE AIR MAX 180, tendo como principal característica a visibilidade de toda a bolsa de ar na parte traseira do tênis.
1994
● NIKE AIR DESCHUTZ, uma sandália que se tornou um dos produtos mais vendidos da marca.
1995
● NIKE ZOOM AIR, sistema de amortecimento de baixo perfil que oferecia proteção contra impactos.
1996
● NIKE EYEWEAR, uma linha de óculos modernos e arrojados.
1997
● NIKE TIMEWEAR, primeiro relógio especificamente desenvolvido para atletas. Com o passar dos anos inúmeros modelos foram introduzidos no mercado.
1998
● NIKE MERCURIAL, chuteira mais leve do mundo, proporcionando mais aderência e conseqüentemente maior velocidade e precisão no chute.
● NIKE AIR ZOOM M9, primeira chuteira feminina assinada pela jogadora americana de futebol Mia Ham.
● NIKE GOLF BALLS (bolas de golfe) são introduzidas.
1999
● NIKEID.com, um website disponibilizando vários modelos de tênis, malas e relógios com inúmeras opções de personalização, permitindo ao cliente adaptar o modelo com suas próprias especificações, escolhendo as cores e o estilo que expressavam sua identidade. Just do it – yourself, era a mensagem da NIKE para os clientes que procuravam produtos personalizados.
2000
● NIKE AIR PRESTO, um revolucionário tênis de corrida, lançado em seis tamanhos diferentes e várias cores.
2001
● Tecnologia SHOX, um sistema extremamente moderno utilizando colunas em forma de molas nos solados de seus tênis.
● NIKE GODDESS, uma loja totalmente voltada para o público feminino, que inaugurou sua primeira unidade na cidade californiana de Newport Beach. Em 2004, a rede de lojas foi renomeada passando a chamar NIKEWOMEN.
2002
● NIKE COOL MOTION, uma tecnologia inovadora, aplicada em roupas, baseada no conceito de duas camadas. A camisa e o calção apresentam dois tecidos, um que fica em contato com a pele e tem a tecnologia DRI-FIT, e um externo, impermeável, com elasticidade e recortes em mesh (tecido com orifícios), que maximizam a regulagem térmica através do movimento do jogador.
2004
● NIKE TOTAL 90, uma linha de bolas, chuteiras e roupas voltadas para o futebol.
2005
● NIKE HERITAGE, uma linha de calçado, vestuário e equipamento que expressava a identidade da marca ao longo de sua história.
● NIKE FREE, tênis que permitia total sensibilidade e flexibilidade em alta performance.
● NIKE MAXSIGHT, lentes de contato coloridas anti-reflexo para utilização em vários esportes.
2006
● NIKE AIR MAX 360, um tênis revolucionário que não possuía entressola, apenas ar.
● NIKE+ iPod SPORT KIT, um sistema sem fios que permite que o tênis NIKE+ comunique-se com o iPod Nano, fornecendo dados sobre a corrida do atleta.
2007
● Nike AIR NATIVE N7, um tênis desenhado especificamente para os índios americanos, atendendo os requisitos de forma e largura dos pés dos nativos, com design inspirado em sua cultura. Para desenvolver o primeiro tênis para uma etnia ou raça específica, foram realizadas pesquisas com 200 índios de 70 tribos norte-americanas antes do lançamento do produto
Nike Air: A lenda
Em toda empresa sempre existe um produto que marca literalmente sua história. Revolucionário, pioneiro e campeão de vendas. Na NIKE não foi diferente. Ela não seria o que é hoje se não fosse o NIKE AIR. Esta tecnologia revolucionária e exclusiva de amortecimento começou a ser desenvolvida em 1978, oferecendo excelente amortecimento e maior leveza aos atletas. A bolsa de ar era embutida na entressola do tênis, oferecendo uma solução durável, leve e versátil. Como a bolsa de ar não era visível, sua existência era indicada pela palavra AIR. Este sistema foi desenvolvido por Frank Rudy, um ex-engenheiro da NASA. Após aperfeiçoamentos necessários, em 1979 foi lançado o NIKE Tailwind.
Essa tecnologia não parou de ser desenvolvida, até que em 1987 surgia o NIKE AIR pelas mãos do ex-atleta Tink Hatfield que projetou o modelo que revolucionaria o mercado. A força bruta e repetitiva do esporte poderia ocasionar sérios danos ao corpo e ao desempenho do atleta. Para absorver e dispersar a força destes impactos, a NIKE desenvolveu bolsas de grande volume, compostas por câmaras de ar. A bolsa de ar, agora visível, facilitava a identificação do produto.
Em 1990, com pequenas modificações e variedades de modelos, foi introduzido o NIKE Air Max ’90. Seu sucessor, o NIKE Air Max 180, foi lançado mundialmente no mercado em 1991, e tinha como principal característica a visibilidade de toda a bolsa de ar na parte traseira.
Dois anos depois, uma nova tecnologia chamada Blow Molding, onde as bolsas de ar, com o dobro de densidade, envolviam a parte do calcanhar, absorvendo o impacto na planta do pé, foi introduzida no NIKE Air Max ’93.
No modelo NIKE Air Max ’95, a novidade era: as bolsas de ar moviam-se para a parte dianteira do pé. Com neon na parte da frente, o tênis recoberto com nubook em um degrade que ia do cinza claro ao cinza escuro e sola preta, era um modelo sem precedentes no mercado.
A primeira sola com bolsas de ar em toda sua extensão que permitiam literalmente caminhar sobre o ar, foi introduzida no modelo NIKE Air Max ’97 com sua famosa cor prateada. Em 2003 foi a vez do NIKE Air Max ’03 ser introduzido no mercado.
Quando todos já achavam que havia acabado as evoluções deste modelo, a NIKE surpreendeu e lançou, em 2006, um modelo revolucionário chamado Air Max 360. Sem entressola, apenas ar! É o mais leve da história deste modelo.
Uma experiência única
As lojas hoje em dia devem tornar-se algo mais do que apenas um simples lugar para compras. Devem ser um ambiente que ofereça um mundo de experiências multissensoriais, destinadas a criar um vínculo emocional com o consumidor. Pensando nisso, a NIKETOWN foi desenvolvida e criada em 1990 na cidade de Portland. A música é vibrante e tudo está relacionado ao “estilo de vida NIKE”, que faz dos esportes e seus astros o seu principal apelo. Os andares estão divididos pela finalidade de uso dos produtos - basquete, beisebol, corrida, futebol, etc. - e cada espaço tem atletas que o simbolizam.
Michael Jordan e seus parceiros estão enormes nas fotos, em seus melhores momentos. A maioria dos espaços tem sons e vídeos relacionados ao esporte, criando um ambiente único. O sucesso da loja foi tamanho, que a NIKE resolveu inaugurar outras unidades em cidades como Chicago (1992), Atlanta (1993), Costa Mesa (1994), Seattle (1996) e Nova York (1996). Esta última é a Flagship (loja âncora) da marca localizada em Manhattan.
O projeto e a execução consumiram 4 anos de trabalho. O prédio encontrado propiciava a transformação almejada: queriam que a loja parecesse os antigos grandes ginásios urbanos encontrados nas metrópoles americanas. A fachada é exatamente isto. Depois vieram as unidades de Boston (1997), Honolulu (1997), Denver (1999), Miami (1998), Londres (1999), tornando-se a primeira loja internacional da marca, seguida pela de Berlin e finalmente Paris (2003), no luxuoso endereço da Champs d’Elysees.
A sede
A sede mundial da NIKE, conhecida como World’s Headquarters (WHQ), está localizada em Beaverton, uma pequena cidade localizada no estado de Oregon, no Condado de Washington. As suas instalações verdejantes, perto de Portland, refletem a sua obsessão pelo esporte. O complexo é formado por 16 enormes prédios que mais parecem uma universidade. Em nenhum outro lugar isso se torna mais evidente do que no edifício de design de calçados, conhecido como Nike Sports Research Lab (NSRL), cuja atmosfera lembra muito o ambiente estudantil. O edifício é impressionante: há campos para a prática esportiva e ambientes climatizados controlados por computador. Esses laboratórios climatizados permitem que os engenheiros testem os produtos em atletas simulando as mais variadas condições climáticas, controlando temperatura e umidade.
Cada prédio tem o nome de um atleta, que foi ou é, essencial para o crescimento da empresa. John McEnroe, Steve Prefontaine e Michael Jordan são homenageados em cada prédio. Suas imagens enormes estão estampadas nas paredes externas em momentos gloriosos. Os funcionários (mais de 5 mil trabalham lá) são pessoas ativas que tiram vantagem da enorme estrutura esportiva que o complexo possui. Uma vida saudável é a palavra de ordem aqui.
Pistas de cooper, campos de futebol, quadras de tênis, piscinas cobertas e climatizadas e duas enormes e modernas academias batizadas com nome do ciclista Lance Armstrong e do jogador de futebol americano Bo Jackson, dois importantes atletas que foram patrocinados pela empresa. Sem contar os instrutores e um completo programa de treinamento a disposição. O complexo conta ainda com restaurantes, uma mega-loja para funcionários (Beaverton Employee Store) e paisagens naturais belíssimas. Anexa ao complexo está localizada a Air Factory, fábrica onde são produzidos e testados os modelos NIKE AIR. Em uma visita guiada é possível acompanhar todas as etapas e as tecnologias utilizadas na produção do modelo mais famoso da empresa.
Campanhas que fizeram história
A história da NIKE com a propaganda é recheada de momentos marcantes. Começou em 1977 com um de seus primeiros slogans que dizia: There is no finish line. A sorte da marca começou a mudar em 1982, quando a agência Wieden & Kennedy foi fundada em Portland. Segundo muitos, foi criada justamente para atender a conta publicitária da NIKE que se tornaria seu cliente mais fiel e conhecido.
E a primeira grande campanha foi um verdadeiro sucesso. Chegou em 1988 com o famoso slogan JUST DO IT. Muito mais que um simples slogan, esse conceito transformou-se em uma espécie de declaração universal dos objetivos de todo atleta, em qualquer parte do mundo. A idéia de que, diante do esforço, não há fronteiras, é a expressão moderna dos ideais gregos, que praticavam o esporte como busca da perfeição e do belo. Porém, o melhor ainda estava por vir. Em 1989, a campanha estrelada pelo astro Bo Jackson, um atleta versátil, jogador de futebol americano e baseball profissional, introduziu no mercado um dos slogans mais famosos da publicidade americana: BO KNOWS.
A controvérsia sempre esteve presente em suas campanhas publicitárias. E uma das que mais causou discórdia foi a campanha para as Olimpíadas de Atlanta em 1996. O slogan You Don’t Win Silver — You Lose Gold, ia contra todo o ideal olímpico de confraternização, onde o importante é competir. As críticas surgiram de todos os lados, inclusive dos atletas que conquistaram medalhas de Prata e Bronze. A NIKE não deu bola e seguiu em frente. A marca foi eleita anunciante do ano em 1994 e 2003.
Uma campanha de US$ 100 milhões
Em março de 2002, vésperas da Copa do Mundo de Futebol, a NIKE iniciou uma campanha mundial de marketing estimada em US$ 100 milhões, criada em torno do que chamou de “Secret Tournament”. A fase “provocativa” da campanha começou em março com propagandas que não mostravam mais do que um par de chuteiras de futebol e um escorpião, um símbolo do “estilo rápido e mortal de jogo” com o qual a NIKE queria ser identificada.
Para os curiosos, havia uma referência ao endereço eletrônico nikefootball.com, onde os visitantes poderiam jogar videogames e aprender mais sobre o torneio em 12 idiomas. A fase de “excitação” do torneio começou em abril, com uma série de comerciais retratando um ambiente sombrio e agressivo que evocava a Austrália pós-apocalíptica do filme Mad Max e a alienação do Clube da Luta. Clique no botão play abaixo para assistir ao comercial.
Oito equipes de três jogadores, compostas pelas principais estrelas do futebol mundial como Ronaldinho Gaúcho, Thierry Henry, Francesco Totti, Roberto Carlos, Hidetoshi Nakata, Edgard Davids, Luis Figo, Javier Saviola, Lilian Thuram, Ronaldo, Denílson, Hernan Crespo e até o aposentado francês Eric Cantona, no papel de mediador, disputavam um torneio de partidas do tipo morte-súbita em um pequeno campo dentro de uma jaula de aço em um barco.
Por fim a fase de “envolvimento” da campanha foi lançada em junho, quando a marca instituiu campos na Cidade do México, Tóquio, Roma e em 10 outras cidades para realizar torneios para jogadores iniciantes. Quase dois milhões de jogadores participaram. Na época da Copa do Mundo de 2002, realizada em junho, a NIKE fez sentir sua presença no mundo do futebol. Oito dos 32 participantes usaram uniformes da marca, inclusive o Brasil, que venceu a competição pela quinta vez. No jogo final, Ronaldo fez dois gols usando um par de chuteiras cromadas Nike Mercurial Vapors. Foi justamente esta Copa do Mundo que mudou a história da marca. Pela primeira vez as vendas internacionais superaram as receitas americanas. Em 2003 os calçados para futebol tiveram crescimento nas vendas de 46%. O futebol deu a Ásia à NIKE. A empresa, que já havia somado pontos importantes no continente com as roupas, tênis e acessórios para beisebol e basquete, conquistou de vez japoneses, chineses e coreanos com a febre da bola que tomou conta da região neste início de século.
O marketing esportivo
Por ano a NIKE desembolsa US$ 1.6 bilhões, que corresponde a 10% de seu faturamento anual, em publicidade e contratação de atletas renomados como garotos-propaganda. A história começou com a tenista romena Emma Ballard, primeira atleta a firmar contrato para utilização dos tênis NIKE em 1972. A outra parte da história teve início com o corredor de longa distância americano Steve Prefontaine, patrocinado pela empresa em 1973 e conhecido não apenas por ter batido todos os recordes americanos entre os 2.000 e 10.000 metros na década de 70, mas também por sua determinação e beleza. Steve morreu tragicamente aos 24 anos em um acidente de automóvel, pouco antes das Olimpíadas de 1976, em Montreal, no Canadá. Sua história virou filme, e a NIKE seguiu em frente.
Outros atletas assinaram contratos com a empresa como o controverso tenista John McEnroe (1978); o corredor Carl Lewis (1980), o jogador de basquete da Universidade da Carolina do Norte chamado Michael Jordan (1985), que viria se tornar seu mais conhecido garoto-propaganda; o tenista André Agassi (1988); o jogador Ronaldo (1994); o golfista, até então amador, Tiger Woods (1996); o jogador Ronaldinho Gaúcho (1998); o astro do basquete LeBron James (2003); entre muitos outros. Esse time de astros é muito mais que apenas atletas patrocinados. São colaboradores. Eles testam os produtos e sugerem inovações. Nas Olimpíadas de Atlanta em 1996, o velocista Michael Johnson usou uma criação sua, o Gold Shoe, uma sapatilha dourada (mais leve calçado esportivo já projetado). Tornou-se, aos 29 anos, o único homem até então a vencer as provas de 200 e 400 metros rasos na mesma Olimpíada. Outro exemplo é a chuteira Mercurial, criada a partir de informações do jogador Ronaldo e testada por ele até a versão final. O mesmo ocorreu com a chuteira Tiempo, usada por Ronaldinho Gaúcho.
Um esporte em especial foi essencial para o crescimento da marca, o futebol, considerado o esporte número um do mundo. Em 1994, a marca possuía apenas 2% do mercado de equipamentos para futebol. Para derrotar a marca líder do mercado, a Adidas, se concentrou em jogadores de futebol jovens e talentosos. Para atingir esses atletas, assinou contratos de propaganda com astros da Argentina, Grã-Bretanha, Brasil, Portugal, México, China e Japão.
Também procurou jogadores que expressassem e incorporassem um estilo de futebol mais rápido e centrado no ataque “em contraste com o estilo defensivo e metódico conhecido como futebol alemão”, uma clara provocação a sua rival germânica. Ao associar sua imagem à de estrelas de diferentes esportes, a empresa quer comunicar que todos nós podemos ser atletas, desenvolver aquele espírito competitivo retratado em suas campanhas publicitárias e, quem sabe, chegar lá um dia.
O gênio por trás da marca
O cidadão Philip Hampson Knight nasceu no dia 24 de fevereiro de 1938 em Oregon. Era apenas um corredor esforçado, que pertenceu à equipa de atletismo da Universidade de Oregon e que teve como treinador Bill Bowerman. No final do seu MBA, em Stanford, apresentou um relatório de pesquisa baseado na teoria de que os japoneses poderiam fazer no calçado desportivo o mesmo que faziam com as câmaras de vídeo: transformá-lo num produto barato e de qualidade.
Era o embrião do que seria a NIKE. Ele tinha um sonho. Ele venderia tênis. Ele venderia sonhos. Ele ficaria rico. O resto da história é uma saga envolta em um ideal de vitória. Em 25 de maio de 2004 sofreu seu mais duro golpe quando seu filho, Matthew Hatfield Knight, morreu enquanto praticava mergulho no lago Ilopango, 14 km a oeste de San Salvador. O fundador da NIKE, trigésimo homem mais rico dos Estados Unidos, com fortuna avaliada em US$ 9.8 bilhões, tem como principais hobbys a história asiática, o golfe, o cooper e o tênis. Sua paixão pela empresa é tamanha que tem o logotipo da NIKE tatuado em seu tornozelo.
Os dados
● Origem: Estados Unidos
● Fundação: 1972
● Fundador: Phill Knight e Bill Bowerman
● Sede mundial: Beaverton, Oregon
● Proprietário da marca: Nike Inc.
● Capital aberto: Sim (1980)
● Chairman: Phill Knight
● Presidente & CEO: Mark Parker
● Faturamento: US$ 16.3 bilhões (2007)
● Lucro: US$ 1.5 bilhões (2007)
● Valor de mercado: US$ 27.4 bilhões (2007)
● Valor da marca: US$ 12 bilhões (2007)
● Lojas: + 200 (Niketown, Nike Women e Nike Factory Outlets)
● Fábricas: + 700 (empregando indiretamente 650 mil pessoas)
● Presença global: 200 países
● Presença no Brasil: Sim
● Maiores mercados: Estados Unidos e Japão
● Funcionários: 28.800
● Segmento: Vestuário esportivo
● Principais produtos: Calçados esportivos, relógios, óculos, roupas e acessórios
● Outros negócios: Converse All-Star, Umbro, Bauer, Hurley e Cole Haan
● Ícones: Swoosh, Michael Jordan, Nike Air, Phill Knight, o slogan “Just Do It”
● Slogan: Just do it.
● Website: www.nike.com
O valor
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca NIKE está avaliada em US$ 12 bilhões, ocupando a posição de número 29 no ranking das marcas mais valiosas do mundo, além de ocupar a posição de número 18 no ranking das marca mais influentes do mundo. A empresa também ocupa a posição de número 158 no ranking da revista FORTUNE 500 (empresas de maior faturamento no mercado americano).
A marca no mundo
A empresa tem cerca de 28.000 funcionários no mundo, operando 200 outlets próprios (Nike Factory Outlets), além das lojas Niketown e NikeWomen, tendo seus produtos vendidos em mais de 180 países. Os produtos direcionados ao público feminino atualmente geram um faturamento de quase US$ 3 bilhões, 20% das vendas totais da marca. Os 250 milhões de pares de tênis vendidos por ano garantem um faturamento de US$ 16.3 bilhões.
Curiosidade
● A NIKE, líder mundial em vendas de material esportivo, só é a número 2 do mercado na Europa perdendo apenas para a Adidas em países como França, Espanha e Alemanha e na Inglaterra onde a marca Umbro, agora de sua propriedade, é líder de mercado.
Quem os compra, leva de brinde todo um ideal de vitória. Mesmo que não ganhe uma medalha sequer, em qualquer competição esportiva. Tênis e uma centena de outros produtos são apenas um endosso. Seu logotipo, que não carrega mais o nome da empresa há anos, dispensa explicações. Talvez seja a mais contundente e representativa síntese gráfica de uma marca. Nenhuma outra marca ligada aos esportes voou tão alto, nas asas de sua originalidade e relação com seus consumidores. O slogan “Just do it” passa idéia de simplicidade. Mas não é tão fácil assim inovar e se manter no topo por tanto tempo. No entanto, é o que a NIKE faz. E há décadas. NIKE é um mito que patrocina mitos.
A história
A idéia de criar a NIKE surgiu de um projeto de MBA de Phil Knight, um ex-atleta de corridas de média distância da universidade de Oregon, enquanto este freqüentava o curso de gestão administrativa da universidade de Standford. Ele acreditava que, ao importar tênis que eram fabricados no Japão, utilizando mão-de-obra barata, poderia conquistar uma parcela de mercado da marca alemã Adidas. Começou então pelos tênis de atletismo.
Em 1962 foi ao Japão negociar com a marca Tiger a importação e representação de tênis para atletismo, com o objetivo de introduzi-los no mercado americano, que até aquele momento era dominado por marcas alemãs. No ano seguinte a primeira remessa de 200 pares do modelo Cortez chegava a cidade de Portland, no Oregon, costa oeste dos Estados Unidos, em nome da empresa Blue Ribbon Sports, que Phil Knight e Bill Bowerman, seu treinador de atletismo na universidade de Oregon, haviam criado. Bill prontamente modificou o modelo, incorporando ao tênis a primeira entressola completamente acolchoada, inovação radical para a época.
O tênis caiu no gosto do público, e o Cortez tornou-se o modelo da Tiger mais vendido em 1968. Ambos sentiram a necessidade de um tênis que pudesse contribuir para a melhoria da performance do atleta. Bowerman decidiu então testar um solado de forma inusitada, mas que acabou dando certo: despejou borracha na chapa de waffles da esposa para criar um solado melhor. Surgia então um tênis com uma sola leve e ondulada, considerada revolucionária para a época.
Começaram então a produzirem seus próprios tênis. Esta parceria não poderia ser melhor, além de grandes amigos, ambos entendiam do negócio que estavam começando. Enquanto Phil vendia os tênis no porta-malas de seu carro nas competições de atletismo, Bill cuidava do desenvolvimento e design de novos modelos. A partir daqui a tecnologia ligada ao esporte nunca mais seria a mesma. Mas os novos tênis precisavam de uma marca.
E isto aconteceu no ano de 1971, quando a jovem estudante de design gráfico, Carolyn Davidson, criou por míseros US$ 35 o famoso símbolo da marca, chamado Swoosh. O nome Nike surgiu logo depois e foi por sugestão de Jeff Johnson, ex-rival de Phil nas pistas de atletismo e primeiro funcionário da Blue Ribbon Sports, que havia sonhado com a Deusa grega da vitória, “NIKÉ” (pronuncia-se niqué). Diziam os gregos que a Deusa podia voar e correr em grandes velocidades. E nada mais apropriado para a nova marca que surgia.
A primeira aparição oficial da marca em eventos esportivos foi em 1972, nas classificatórias olímpicas realizadas no Oregon. Os atletas da maratona que usaram tênis NIKE classificaram-se entre o 4º e o 7º lugar, enquanto os atletas da Adidas conquistaram os primeiros três lugares. Foi neste mesmo ano que o Canadá se tornou o primeiro país estrangeiro a receber os produtos da marca. Neste período Bowerman melhorou o material das solas, utilizando borracha mais flexível, mais elástica e menos compacta. Em 1976, nas eliminatórias olímpicas americanas, os tênis NIKE eram vistos em abundância nos pés de jovens promessas do atletismo.
Sua verdadeira expansão internacional começou em 1978 com a entrada no mercado sul-americano e distribuição dos produtos no continente europeu. Pouco depois, em 1982, ingressou no mercado europeu de futebol ao firmar contrato de patrocínio com o time francês do Paris Saint-Germain. Nesta época a empresa já possuía uma linha de tênis com mais de 200 modelos.
Depois de passar por um período difícil entre 1993 e 1994 devido a um plano de expansão, o que levou a uma queda nas vendas, re-posicionou-se: “decidimos que éramos uma empresa de artigos esportivos e não apenas uma empresa de calçados”, afirmou Phil Knight. A nova visão traduziu-se em contratos de publicidade e patrocínios que tinham como objetivo alcançar uma audiência esportiva mais ampla, patrocinando assim atletas individuais, como o jogador de golfe Tiger Woods.
Em 2003, comprou a fabricante do tênis All Star, a Converse, por US$ 305 milhões. A compra da marca All Star iria ajudar a ocupar um espaço que a marca ainda não conseguiu se fixar: tênis de preço mais acessível. Em 2007 surpreendeu o mundo ao adquirir por US$ 582 milhões a tradicional britânica UMBRO, marca com uma sólida herança e com uma profunda experiência no esporte mais popular do mundo e no maior mercado de futebol do mundo, acirrando ainda mais a guerra com a rival Adidas.
A linha do tempo
1972
● Introdução de sua primeira linha de calçados, entre eles o conhecido “Moon Shoe”, com seu solado baseado em “waffles”, distribuídos largamente em competições eliminatórios de atletismo.
● NIKE BLAZER MID, tênis inspirado em um modelo utilizado pelo jogador de basquete George “Iceman” Gervin do San Antonio Spurs durante a década de 70.
1975
● NIKE ELITE, tênis de corrida que rapidamente se tornou um dos mais estrondosos sucessos da marca.
1978
● NIKE WALLY WAFFLE, BURT BRUIN e ROBBIE ROAD RACER, primeira linha da marca voltada para o público infantil.
1979
● NIKE TAILWIND, primeiro tênis com bolsas de ar no solado.
● NIKE AAPPAREL, a linha de acessórios, vestuário e equipamentos da marca.
1982
● NIKE AIR FORCE I, primeiro tênis de basquete a utilizar a tecnologia Air e NIKE AIR ACE, voltado para a prática do tênis.
1985
● AIR JORDAN, uma linha de produtos com a assinatura do jogador de basquete Michael Jordan.
● A empresa passa a produzir acessórios para o basquete e tênis.
1987
● NIKE AIR e AIR CROSS TRAINING, este último voltado para a prática da ginástica aeróbica.
1988
● NIKE Air Stab, um tênis que utilizava a nova tecnologia de estabilização chamada Footbridge.
1990
● Inauguração de sua primeira mega loja temática, conhecida como Niketown, no centro da cidade de Portland.
● NIKE AIR MAX, uma evolução do tradicional tênis NIKE Air.
1991
● Linha de acessórios FIT, uma malha têxtil de alta tecnologia.
● NIKE AIR HUARACHE, tênis que utilizava a tecnologia Huarache Fit.
● NIKE AIR MAX 180, tendo como principal característica a visibilidade de toda a bolsa de ar na parte traseira do tênis.
1994
● NIKE AIR DESCHUTZ, uma sandália que se tornou um dos produtos mais vendidos da marca.
1995
● NIKE ZOOM AIR, sistema de amortecimento de baixo perfil que oferecia proteção contra impactos.
1996
● NIKE EYEWEAR, uma linha de óculos modernos e arrojados.
1997
● NIKE TIMEWEAR, primeiro relógio especificamente desenvolvido para atletas. Com o passar dos anos inúmeros modelos foram introduzidos no mercado.
1998
● NIKE MERCURIAL, chuteira mais leve do mundo, proporcionando mais aderência e conseqüentemente maior velocidade e precisão no chute.
● NIKE AIR ZOOM M9, primeira chuteira feminina assinada pela jogadora americana de futebol Mia Ham.
● NIKE GOLF BALLS (bolas de golfe) são introduzidas.
1999
● NIKEID.com, um website disponibilizando vários modelos de tênis, malas e relógios com inúmeras opções de personalização, permitindo ao cliente adaptar o modelo com suas próprias especificações, escolhendo as cores e o estilo que expressavam sua identidade. Just do it – yourself, era a mensagem da NIKE para os clientes que procuravam produtos personalizados.
2000
● NIKE AIR PRESTO, um revolucionário tênis de corrida, lançado em seis tamanhos diferentes e várias cores.
2001
● Tecnologia SHOX, um sistema extremamente moderno utilizando colunas em forma de molas nos solados de seus tênis.
● NIKE GODDESS, uma loja totalmente voltada para o público feminino, que inaugurou sua primeira unidade na cidade californiana de Newport Beach. Em 2004, a rede de lojas foi renomeada passando a chamar NIKEWOMEN.
2002
● NIKE COOL MOTION, uma tecnologia inovadora, aplicada em roupas, baseada no conceito de duas camadas. A camisa e o calção apresentam dois tecidos, um que fica em contato com a pele e tem a tecnologia DRI-FIT, e um externo, impermeável, com elasticidade e recortes em mesh (tecido com orifícios), que maximizam a regulagem térmica através do movimento do jogador.
2004
● NIKE TOTAL 90, uma linha de bolas, chuteiras e roupas voltadas para o futebol.
2005
● NIKE HERITAGE, uma linha de calçado, vestuário e equipamento que expressava a identidade da marca ao longo de sua história.
● NIKE FREE, tênis que permitia total sensibilidade e flexibilidade em alta performance.
● NIKE MAXSIGHT, lentes de contato coloridas anti-reflexo para utilização em vários esportes.
2006
● NIKE AIR MAX 360, um tênis revolucionário que não possuía entressola, apenas ar.
● NIKE+ iPod SPORT KIT, um sistema sem fios que permite que o tênis NIKE+ comunique-se com o iPod Nano, fornecendo dados sobre a corrida do atleta.
2007
● Nike AIR NATIVE N7, um tênis desenhado especificamente para os índios americanos, atendendo os requisitos de forma e largura dos pés dos nativos, com design inspirado em sua cultura. Para desenvolver o primeiro tênis para uma etnia ou raça específica, foram realizadas pesquisas com 200 índios de 70 tribos norte-americanas antes do lançamento do produto
Nike Air: A lenda
Em toda empresa sempre existe um produto que marca literalmente sua história. Revolucionário, pioneiro e campeão de vendas. Na NIKE não foi diferente. Ela não seria o que é hoje se não fosse o NIKE AIR. Esta tecnologia revolucionária e exclusiva de amortecimento começou a ser desenvolvida em 1978, oferecendo excelente amortecimento e maior leveza aos atletas. A bolsa de ar era embutida na entressola do tênis, oferecendo uma solução durável, leve e versátil. Como a bolsa de ar não era visível, sua existência era indicada pela palavra AIR. Este sistema foi desenvolvido por Frank Rudy, um ex-engenheiro da NASA. Após aperfeiçoamentos necessários, em 1979 foi lançado o NIKE Tailwind.
Essa tecnologia não parou de ser desenvolvida, até que em 1987 surgia o NIKE AIR pelas mãos do ex-atleta Tink Hatfield que projetou o modelo que revolucionaria o mercado. A força bruta e repetitiva do esporte poderia ocasionar sérios danos ao corpo e ao desempenho do atleta. Para absorver e dispersar a força destes impactos, a NIKE desenvolveu bolsas de grande volume, compostas por câmaras de ar. A bolsa de ar, agora visível, facilitava a identificação do produto.
Em 1990, com pequenas modificações e variedades de modelos, foi introduzido o NIKE Air Max ’90. Seu sucessor, o NIKE Air Max 180, foi lançado mundialmente no mercado em 1991, e tinha como principal característica a visibilidade de toda a bolsa de ar na parte traseira.
Dois anos depois, uma nova tecnologia chamada Blow Molding, onde as bolsas de ar, com o dobro de densidade, envolviam a parte do calcanhar, absorvendo o impacto na planta do pé, foi introduzida no NIKE Air Max ’93.
No modelo NIKE Air Max ’95, a novidade era: as bolsas de ar moviam-se para a parte dianteira do pé. Com neon na parte da frente, o tênis recoberto com nubook em um degrade que ia do cinza claro ao cinza escuro e sola preta, era um modelo sem precedentes no mercado.
A primeira sola com bolsas de ar em toda sua extensão que permitiam literalmente caminhar sobre o ar, foi introduzida no modelo NIKE Air Max ’97 com sua famosa cor prateada. Em 2003 foi a vez do NIKE Air Max ’03 ser introduzido no mercado.
Quando todos já achavam que havia acabado as evoluções deste modelo, a NIKE surpreendeu e lançou, em 2006, um modelo revolucionário chamado Air Max 360. Sem entressola, apenas ar! É o mais leve da história deste modelo.
Uma experiência única
As lojas hoje em dia devem tornar-se algo mais do que apenas um simples lugar para compras. Devem ser um ambiente que ofereça um mundo de experiências multissensoriais, destinadas a criar um vínculo emocional com o consumidor. Pensando nisso, a NIKETOWN foi desenvolvida e criada em 1990 na cidade de Portland. A música é vibrante e tudo está relacionado ao “estilo de vida NIKE”, que faz dos esportes e seus astros o seu principal apelo. Os andares estão divididos pela finalidade de uso dos produtos - basquete, beisebol, corrida, futebol, etc. - e cada espaço tem atletas que o simbolizam.
Michael Jordan e seus parceiros estão enormes nas fotos, em seus melhores momentos. A maioria dos espaços tem sons e vídeos relacionados ao esporte, criando um ambiente único. O sucesso da loja foi tamanho, que a NIKE resolveu inaugurar outras unidades em cidades como Chicago (1992), Atlanta (1993), Costa Mesa (1994), Seattle (1996) e Nova York (1996). Esta última é a Flagship (loja âncora) da marca localizada em Manhattan.
O projeto e a execução consumiram 4 anos de trabalho. O prédio encontrado propiciava a transformação almejada: queriam que a loja parecesse os antigos grandes ginásios urbanos encontrados nas metrópoles americanas. A fachada é exatamente isto. Depois vieram as unidades de Boston (1997), Honolulu (1997), Denver (1999), Miami (1998), Londres (1999), tornando-se a primeira loja internacional da marca, seguida pela de Berlin e finalmente Paris (2003), no luxuoso endereço da Champs d’Elysees.
A sede
A sede mundial da NIKE, conhecida como World’s Headquarters (WHQ), está localizada em Beaverton, uma pequena cidade localizada no estado de Oregon, no Condado de Washington. As suas instalações verdejantes, perto de Portland, refletem a sua obsessão pelo esporte. O complexo é formado por 16 enormes prédios que mais parecem uma universidade. Em nenhum outro lugar isso se torna mais evidente do que no edifício de design de calçados, conhecido como Nike Sports Research Lab (NSRL), cuja atmosfera lembra muito o ambiente estudantil. O edifício é impressionante: há campos para a prática esportiva e ambientes climatizados controlados por computador. Esses laboratórios climatizados permitem que os engenheiros testem os produtos em atletas simulando as mais variadas condições climáticas, controlando temperatura e umidade.
Cada prédio tem o nome de um atleta, que foi ou é, essencial para o crescimento da empresa. John McEnroe, Steve Prefontaine e Michael Jordan são homenageados em cada prédio. Suas imagens enormes estão estampadas nas paredes externas em momentos gloriosos. Os funcionários (mais de 5 mil trabalham lá) são pessoas ativas que tiram vantagem da enorme estrutura esportiva que o complexo possui. Uma vida saudável é a palavra de ordem aqui.
Pistas de cooper, campos de futebol, quadras de tênis, piscinas cobertas e climatizadas e duas enormes e modernas academias batizadas com nome do ciclista Lance Armstrong e do jogador de futebol americano Bo Jackson, dois importantes atletas que foram patrocinados pela empresa. Sem contar os instrutores e um completo programa de treinamento a disposição. O complexo conta ainda com restaurantes, uma mega-loja para funcionários (Beaverton Employee Store) e paisagens naturais belíssimas. Anexa ao complexo está localizada a Air Factory, fábrica onde são produzidos e testados os modelos NIKE AIR. Em uma visita guiada é possível acompanhar todas as etapas e as tecnologias utilizadas na produção do modelo mais famoso da empresa.
Campanhas que fizeram história
A história da NIKE com a propaganda é recheada de momentos marcantes. Começou em 1977 com um de seus primeiros slogans que dizia: There is no finish line. A sorte da marca começou a mudar em 1982, quando a agência Wieden & Kennedy foi fundada em Portland. Segundo muitos, foi criada justamente para atender a conta publicitária da NIKE que se tornaria seu cliente mais fiel e conhecido.
E a primeira grande campanha foi um verdadeiro sucesso. Chegou em 1988 com o famoso slogan JUST DO IT. Muito mais que um simples slogan, esse conceito transformou-se em uma espécie de declaração universal dos objetivos de todo atleta, em qualquer parte do mundo. A idéia de que, diante do esforço, não há fronteiras, é a expressão moderna dos ideais gregos, que praticavam o esporte como busca da perfeição e do belo. Porém, o melhor ainda estava por vir. Em 1989, a campanha estrelada pelo astro Bo Jackson, um atleta versátil, jogador de futebol americano e baseball profissional, introduziu no mercado um dos slogans mais famosos da publicidade americana: BO KNOWS.
A controvérsia sempre esteve presente em suas campanhas publicitárias. E uma das que mais causou discórdia foi a campanha para as Olimpíadas de Atlanta em 1996. O slogan You Don’t Win Silver — You Lose Gold, ia contra todo o ideal olímpico de confraternização, onde o importante é competir. As críticas surgiram de todos os lados, inclusive dos atletas que conquistaram medalhas de Prata e Bronze. A NIKE não deu bola e seguiu em frente. A marca foi eleita anunciante do ano em 1994 e 2003.
Uma campanha de US$ 100 milhões
Em março de 2002, vésperas da Copa do Mundo de Futebol, a NIKE iniciou uma campanha mundial de marketing estimada em US$ 100 milhões, criada em torno do que chamou de “Secret Tournament”. A fase “provocativa” da campanha começou em março com propagandas que não mostravam mais do que um par de chuteiras de futebol e um escorpião, um símbolo do “estilo rápido e mortal de jogo” com o qual a NIKE queria ser identificada.
Para os curiosos, havia uma referência ao endereço eletrônico nikefootball.com, onde os visitantes poderiam jogar videogames e aprender mais sobre o torneio em 12 idiomas. A fase de “excitação” do torneio começou em abril, com uma série de comerciais retratando um ambiente sombrio e agressivo que evocava a Austrália pós-apocalíptica do filme Mad Max e a alienação do Clube da Luta. Clique no botão play abaixo para assistir ao comercial.
Oito equipes de três jogadores, compostas pelas principais estrelas do futebol mundial como Ronaldinho Gaúcho, Thierry Henry, Francesco Totti, Roberto Carlos, Hidetoshi Nakata, Edgard Davids, Luis Figo, Javier Saviola, Lilian Thuram, Ronaldo, Denílson, Hernan Crespo e até o aposentado francês Eric Cantona, no papel de mediador, disputavam um torneio de partidas do tipo morte-súbita em um pequeno campo dentro de uma jaula de aço em um barco.
Por fim a fase de “envolvimento” da campanha foi lançada em junho, quando a marca instituiu campos na Cidade do México, Tóquio, Roma e em 10 outras cidades para realizar torneios para jogadores iniciantes. Quase dois milhões de jogadores participaram. Na época da Copa do Mundo de 2002, realizada em junho, a NIKE fez sentir sua presença no mundo do futebol. Oito dos 32 participantes usaram uniformes da marca, inclusive o Brasil, que venceu a competição pela quinta vez. No jogo final, Ronaldo fez dois gols usando um par de chuteiras cromadas Nike Mercurial Vapors. Foi justamente esta Copa do Mundo que mudou a história da marca. Pela primeira vez as vendas internacionais superaram as receitas americanas. Em 2003 os calçados para futebol tiveram crescimento nas vendas de 46%. O futebol deu a Ásia à NIKE. A empresa, que já havia somado pontos importantes no continente com as roupas, tênis e acessórios para beisebol e basquete, conquistou de vez japoneses, chineses e coreanos com a febre da bola que tomou conta da região neste início de século.
O marketing esportivo
Por ano a NIKE desembolsa US$ 1.6 bilhões, que corresponde a 10% de seu faturamento anual, em publicidade e contratação de atletas renomados como garotos-propaganda. A história começou com a tenista romena Emma Ballard, primeira atleta a firmar contrato para utilização dos tênis NIKE em 1972. A outra parte da história teve início com o corredor de longa distância americano Steve Prefontaine, patrocinado pela empresa em 1973 e conhecido não apenas por ter batido todos os recordes americanos entre os 2.000 e 10.000 metros na década de 70, mas também por sua determinação e beleza. Steve morreu tragicamente aos 24 anos em um acidente de automóvel, pouco antes das Olimpíadas de 1976, em Montreal, no Canadá. Sua história virou filme, e a NIKE seguiu em frente.
Outros atletas assinaram contratos com a empresa como o controverso tenista John McEnroe (1978); o corredor Carl Lewis (1980), o jogador de basquete da Universidade da Carolina do Norte chamado Michael Jordan (1985), que viria se tornar seu mais conhecido garoto-propaganda; o tenista André Agassi (1988); o jogador Ronaldo (1994); o golfista, até então amador, Tiger Woods (1996); o jogador Ronaldinho Gaúcho (1998); o astro do basquete LeBron James (2003); entre muitos outros. Esse time de astros é muito mais que apenas atletas patrocinados. São colaboradores. Eles testam os produtos e sugerem inovações. Nas Olimpíadas de Atlanta em 1996, o velocista Michael Johnson usou uma criação sua, o Gold Shoe, uma sapatilha dourada (mais leve calçado esportivo já projetado). Tornou-se, aos 29 anos, o único homem até então a vencer as provas de 200 e 400 metros rasos na mesma Olimpíada. Outro exemplo é a chuteira Mercurial, criada a partir de informações do jogador Ronaldo e testada por ele até a versão final. O mesmo ocorreu com a chuteira Tiempo, usada por Ronaldinho Gaúcho.
Um esporte em especial foi essencial para o crescimento da marca, o futebol, considerado o esporte número um do mundo. Em 1994, a marca possuía apenas 2% do mercado de equipamentos para futebol. Para derrotar a marca líder do mercado, a Adidas, se concentrou em jogadores de futebol jovens e talentosos. Para atingir esses atletas, assinou contratos de propaganda com astros da Argentina, Grã-Bretanha, Brasil, Portugal, México, China e Japão.
Também procurou jogadores que expressassem e incorporassem um estilo de futebol mais rápido e centrado no ataque “em contraste com o estilo defensivo e metódico conhecido como futebol alemão”, uma clara provocação a sua rival germânica. Ao associar sua imagem à de estrelas de diferentes esportes, a empresa quer comunicar que todos nós podemos ser atletas, desenvolver aquele espírito competitivo retratado em suas campanhas publicitárias e, quem sabe, chegar lá um dia.
O gênio por trás da marca
O cidadão Philip Hampson Knight nasceu no dia 24 de fevereiro de 1938 em Oregon. Era apenas um corredor esforçado, que pertenceu à equipa de atletismo da Universidade de Oregon e que teve como treinador Bill Bowerman. No final do seu MBA, em Stanford, apresentou um relatório de pesquisa baseado na teoria de que os japoneses poderiam fazer no calçado desportivo o mesmo que faziam com as câmaras de vídeo: transformá-lo num produto barato e de qualidade.
Era o embrião do que seria a NIKE. Ele tinha um sonho. Ele venderia tênis. Ele venderia sonhos. Ele ficaria rico. O resto da história é uma saga envolta em um ideal de vitória. Em 25 de maio de 2004 sofreu seu mais duro golpe quando seu filho, Matthew Hatfield Knight, morreu enquanto praticava mergulho no lago Ilopango, 14 km a oeste de San Salvador. O fundador da NIKE, trigésimo homem mais rico dos Estados Unidos, com fortuna avaliada em US$ 9.8 bilhões, tem como principais hobbys a história asiática, o golfe, o cooper e o tênis. Sua paixão pela empresa é tamanha que tem o logotipo da NIKE tatuado em seu tornozelo.
Os dados
● Origem: Estados Unidos
● Fundação: 1972
● Fundador: Phill Knight e Bill Bowerman
● Sede mundial: Beaverton, Oregon
● Proprietário da marca: Nike Inc.
● Capital aberto: Sim (1980)
● Chairman: Phill Knight
● Presidente & CEO: Mark Parker
● Faturamento: US$ 16.3 bilhões (2007)
● Lucro: US$ 1.5 bilhões (2007)
● Valor de mercado: US$ 27.4 bilhões (2007)
● Valor da marca: US$ 12 bilhões (2007)
● Lojas: + 200 (Niketown, Nike Women e Nike Factory Outlets)
● Fábricas: + 700 (empregando indiretamente 650 mil pessoas)
● Presença global: 200 países
● Presença no Brasil: Sim
● Maiores mercados: Estados Unidos e Japão
● Funcionários: 28.800
● Segmento: Vestuário esportivo
● Principais produtos: Calçados esportivos, relógios, óculos, roupas e acessórios
● Outros negócios: Converse All-Star, Umbro, Bauer, Hurley e Cole Haan
● Ícones: Swoosh, Michael Jordan, Nike Air, Phill Knight, o slogan “Just Do It”
● Slogan: Just do it.
● Website: www.nike.com
O valor
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca NIKE está avaliada em US$ 12 bilhões, ocupando a posição de número 29 no ranking das marcas mais valiosas do mundo, além de ocupar a posição de número 18 no ranking das marca mais influentes do mundo. A empresa também ocupa a posição de número 158 no ranking da revista FORTUNE 500 (empresas de maior faturamento no mercado americano).
A marca no mundo
A empresa tem cerca de 28.000 funcionários no mundo, operando 200 outlets próprios (Nike Factory Outlets), além das lojas Niketown e NikeWomen, tendo seus produtos vendidos em mais de 180 países. Os produtos direcionados ao público feminino atualmente geram um faturamento de quase US$ 3 bilhões, 20% das vendas totais da marca. Os 250 milhões de pares de tênis vendidos por ano garantem um faturamento de US$ 16.3 bilhões.
Curiosidade
● A NIKE, líder mundial em vendas de material esportivo, só é a número 2 do mercado na Europa perdendo apenas para a Adidas em países como França, Espanha e Alemanha e na Inglaterra onde a marca Umbro, agora de sua propriedade, é líder de mercado.
Assinar:
Postagens (Atom)